domingo, 30 de outubro de 2011

ANDREA LIZARB - POESIAS





Bela de Uma Tarde




Se você aceitasse 

a tarde bela,

aquela que espera...

Se o mundo parasse,



Maior sua coragem fosse...

Bem sabe, seria só uma tarde.

Que inteira coubesse

O fogo que há muito arde.



Ida de uma só via,

Amor só de um dia,

Digo melhor, de uma tarde.



Arderia sem palavras.

Entraria mudo, embevecido sairia.

O resto você decidiria. 





 (O tempo grita vontades. É preciso que elas se calem.)




Lento veio


O gosto

Lento, gostoso...

Lentamente

Saboreio

Lengostosamente

Seu veio.
                                                                                                                                                           


De Côté




Sou sua bailarina

Flutuo sobre seus pensamentos

Bailo em céu estrelado

Represento o momento do amor



Devaneio solo de pés delicados

Que mal ousam meia ponta tocar

O corpo reage, arrepia diante da altivez

Inda assim repito a decorar sua coreografia



Deslizo em lagos negros de cisnes mortos

Desesperançada Coppélia, lânguida Camélia

Pas de deux negro, sombria sina



Emoção pulsa e quebra-nozes

Em música de tensão, tragédia e paixão

O Corsário arrebata e baila Giselle.





Vigília




Meus olhos me olham

Vigiam meus passos

Estarrecem quando passo

Sem compasso

Perdida neste laço



Desespero posto que adiante

Há um caminho diferente

Inseto um gesto, levanto os braços

A cabeça em delírio abraço

Em intenso descompasso



Sondam-me olhos em insônia

O suor deste sudário

Sentinela de uma só silhueta 

Semovente sem sensor

Em meio a névoas e fumaça



Sigo a sina sem sinal

Selo o silvo deste sismo

Silencio sensível e sibilante

Sinto muito, sensitiva,

O final desta senda sem fim...




INDELÉVEL



Previsão desditosa desta estória

Predestinação ao fim desde outrora

Submissão concebi da deixa inglória

Esperançosa paixão perigosa permiti 




Areias revolvem o escopo passado

O sopro indelével no coração marcado

Resignação ao ver seu decolar

Leveza insustentável de viver





Bem te via a nadar.

A espuma a embranquecer

Eu sou ave a voar.

A seguir de longe até te perder

De asa partida descobri 

Que caso sequer ...Fui eu de ti.


               

Andrea Lizarb - Entrevista

2 comentários:

  1. ANDREA LIZARD

    Lindos poemas. Não consigo dizer que gostei de um mais que de todos.

    Parabéns, poeta!

    Beijos

    Mirze

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  2. Que maravilha!
    Minha alma ficou enlevada com tanta beleza...da música às poesias!
    Está tudo muito lindo!
    Obrigada por este espaço dedicado à sensibilidade, ao amor, à harmonia...
    Parabéns, poetisa!Parabéns, grande artista!
    Bjs carinhosos,
    Sônia

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