No ventre da terra
Era do ventre da terra que nascia aos poucos como quem tem medo de enfrentar a luz do mundo. No entanto trazia com ela toda a clareza e o brilho de quem ainda nada conhecia dele.
Acariciava a terra devagarinho, sentia-lhe os cheiros e os sabores e deslizava de mansinho por entre as curvas novas do seu corpo ainda por explorar.
Trazia no fundo de si a dor de quem já sabe tudo da vida, mas escondi-a no seu coração. Queria ser livre e descer as encostas de mansinho, sem pressas,sem temores, apenas a vontade de crescer livremente nas serranias e ser fruto suculento nas margens de algum viver. E as árvores novas e antigas saudavam-na a sua passagem, matavam a sua sede nas gotas que lhe saciavam as raízes, e só isso bastava-lhe para ser presente nas entranhas da terra que a viu nascer.
Temia muitas vezes os vendavais que furiosos a atiravam para fora dos seus limites, mas temia muito mais a nostalgia dos tempos em que ainda era um pequeno riacho que brincava subtilmente por entre a folhagem densa e desconhecida.
As entranhas fecundas da terra,nem sempre era um leito doce e sereno por onde gostava de deslizar,havia muitos obstáculos a enfrentar e do húmus da terra que escondia o terror dos seus dias a desviava das rotas a conquistar.
E descia as serras, deslizava de mansinho nos prados e voltava a ser força e coragem quando os ventos enfureciam o seu percurso, não temia as quedas, era então beleza e força, luz e escuridão.
Misturava-se com as pedras e explodia nelas com força de um vulcão.
Depois quando já calma das quedas deixava-se deslizar num leito de águas calmas, namorava o sol.e a lua, vestia-se das matizes coloridas das flores que via passar e era um rio nascente de luz e esperança correndo por entre as pedras no seu silencioso caminhar.
Pulsar
Na beleza de uma imagem invento um mundo de cores e gestos simples.
de toques e mensagens subtis...
Invento um novo olhar
um novo sentir
...um puro respirar....
Invento sonhos
esperanças
caminhos seguros
a emoção
de novos horizontes
de renascentes
pulsares.
Janela milenar
Já não olho para traz
o meu sonho está alem
no azul do mar
espelho vidrado
das mais longinquas
conquistas
e no futuro incerto
na cidade distante
quimeras do meu amar.
E eu viajo no tempo
por rotas desconhecidas
contemplo para lá
desta janela
o passado esquecido
ou um futuro prometido.
Já não olho para traz
o meu sonho está alem
no azul do mar
espelho vidrado
das mais longinquas
conquistas
e no futuro incerto
na cidade distante
quimeras do meu amar.
E eu viajo no tempo
por rotas desconhecidas
contemplo para lá
desta janela
o passado esquecido
ou um futuro prometido.
Já nem sei se sou a história
vestida de longas viagens
de marinheiro perdidos
no convés de um barco
a deriva no mar
olhos sedentos
de novas mirangens
talvez seja o futuro
pintado em telas
multicolores
um mundo
vestido de azul celeste
um jacto conquistando
galáxias perdidas
ou apenas o sonho
de ser mais
para alem do olhar
que me dá
a paisagem
que contemplo
para lá
desta milenar
janela.
vestida de longas viagens
de marinheiro perdidos
no convés de um barco
a deriva no mar
olhos sedentos
de novas mirangens
talvez seja o futuro
pintado em telas
multicolores
um mundo
vestido de azul celeste
um jacto conquistando
galáxias perdidas
ou apenas o sonho
de ser mais
para alem do olhar
que me dá
a paisagem
que contemplo
para lá
desta milenar
janela.
A luz que preciso
Esqueço-me do corpo
do tempo que passa
deste céu cinzento
deste tempo frio
e agarro o sol
com as duas mãos
contemplo a luz
o céu claro
a nuvem tímida
que passa
aqueço o corpo
ilumino o olhar
e sigo
um caminho novo
nos trilhos a esperança
as forças renovadas
doses de luz
o olhar renovado
o corpo erguido
esqueço o cansaço
dou-me por inteiro
ao sol
a luz que preciso
mais que a um abraço
uma palavra de amigo.
Uma partícula de sol
Guardou na sacola que sempre trazia consigo,,
as imagens desfocadas que lhe povoaram os sonhos,
as memórias enfraquecidas pelo longo caminhar.
aprendera que já nada queria trazer consigo,
do que fora,do que tinha sido,
queria esquecer os trilhos em que caminhara
os leitos desfeitos e frios dos amores ausentes.
Só o aqui e o agora interessava,,
mesmo que tivesse de muitas vezes de arrastar o corpo entre luzes e sombras.
e vivia assim,muitas vezes entre a sombra das luzes que teimosamente perseguia
Era cem vezes melhor viver nas sombras da luz,do que ser a luz que cega o olhar......
Já nada importava,tinha conseguido aquilo que procurara durante toda uma vida.
Aprisionar uma partícula de Sol na pontas dos dedos.
e será sempre presença ausente ,num mundo descrente,mas será o calor e luz .....
e será sempre um ponto brilhante nos caminhos dos que quiserem partilhar a mesma estrada......
De tempos a tempos os raios ganharão asas e voarão entre céus e mares
e serão pontos brilhantes no infinito
palavras soltas guias de novos olhares
dos peregrinos em busca de fé......
e serão o calor do alento
o abraço que acalma o tormento.
o sabor de novas iguarias
dos famintos de desejo em busca
de novos paladares.
E será sempre uma partícula de sol, nas mãos dos que quiserem acreditar....
São Gonçalves
Maravilhosos poemas!
ResponderExcluirSão Gonçalves traz um estilo próprio e belo!
Encantei-me!
Beijos
Mirze
Sonhei com o blog...
ResponderExcluir