O projeto de realizar esse blog surgiu a partir do contato com diversos talentos literários e artísticos que são divulgados pelas redes sociais, blogs, sites e revistas literárias, tendo como objetivo principal a divulgação de novos talentos em diversas áreas artísticas. Uma boa leitura. Ianê Rubens de Mello
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
GISELLE SEREJO - POESIAS
Paz
Em nome do nosso planeta
silencie um pouco sua voz
mas não o seu canto
Encante o mundo com seus poemas de amor e
lute em sintonia com a paz
acalme-se e voe junto
cantando o mundo divino em que permaneces
conteste e exponha seus depoimentos
mas em nenhum minuto deixe que seu grito pacífico
altere o seu riso
Construa união
Pontes e estradas que levam à muitos lugares poéticos
(En)cante.
Pistilo
O olhar está parado
sobre o pistilo babão
ele reluz vontade amarelada
É penetrante o que ele faz
poder de vegetal muito forte sobre mim
não consigo não consentir
Me aproximo pelas mãos
elas buscam calmamente o toque divinizado
do caule em riste postado
toco-lhe a baba sagrada
a ponta está molhada
tem cheiro forte, sinto.
provo uma espécie de absintho
Afasto-me agora
olhos fixos sobre ele
lúdico e aquoso
é vegetal autopoderoso
desencadeia no outro
consentimento de gozos!
Nem era assim...
não é bem assim o meu nome
nem é bem assim que eu me chamo
isso tudo foi coisas que me deram não pedi
hoje sou uma vestimenta
facsímile de uma nova era
...vivo em cima da ponte
no cume da faca cortante
meu grande desejo é estar
na zona neutra
é lá minha Passárgada
um dia eu vou
sei que vou.
O Mito de Caronte – O barqueiro da morte
O velho barqueiro moribundo das antigas eras
Navegava à espera de algumas almas ignotas
Pois não era que o defunto
Tinha que viajar junto com seu óbolo
Senão o arquétipo da morte, com sua fúria indecente.
Não tinha dó do dormente
Deixava-o no Limbo
A espera do seu último gemido oco
Mas para o bem da mesquinhez dele
Os visitantes da barca
Iam sempre de boca fechada
Com a moeda debaixo da língua
E assim pagavam sua passagem finda.
Sina
Não sei se faço rima ou me confesso
se faço prece ou me despeço
uma coisa sei
muito caminhei
em estrada de sol e chuva
pau-a-pique morei
Não quis
Vidas-secas
confesso
foi pura sina viver in verso
aqui não estou agora
só o eu-lírico convexo.
Baile de máscaras-Clube dos espelhos.
Salão dos espelhos-Poesia em Três Atos
I Ato: A chegada da mascarada Colombina
As luzes se acendem e os espelhos comovidosAjeitam-se para receber Colombina, a mascarada.
Majestosa em seu traje branco adentra o salão espelhado
Num susto, (re) vê sua alma refletida no espelho que ri.
Dá um grito e se pergunta: Quem és tu vestimenta costurada?
Que ossos são esses? Ajuntados à ouro e a prata?
Espelho refletido, num sorriso amarelo, responde:
Sou Tu vestimenta preparada.
II Ato: O encontro de Colombina e Arlequim
Levantando suavemente o par de olhos que a beliscam
Olha e vê seu amigo apaixonado, Arlequim, o desgarrado do reino.
Os dois ao mesmo tempo estendem as mãos para contradança no salão
Todos reverenciam a dupla de falsos.
III Ato: Baile de máscaras começa
Muitos risos rodopiam e saltitam pelo salão em xadrez
O promíscuo Pierrot mais uma vez apronta a cena
Encostado na varanda seminua dá um beijo em
Afrodite que o empurra
Colombina e Arlequim riem
Fora de si
Nesse instante sorrateiro
Pisam em suas roupas
Medéia e Galatéia
Expulsas são, pelos donos do salão
Os espelhos. Esperam outras máscaras
Carnálias
Confesso foi o amor dos efemêros
jagaram-se em cima das flores
sem pudor
Ousaram
deletaram todos os ruídos
in-bem vindos
amaram
Deixaram correr frouxo suas luxúrias
amaram como quem ama só por hoje
Fetiches matizes
Efemêros
Nem ligaram para os detritos envolvidos
relaxaram em doce deleites
brincaram de Carpe diem.
Sossegaram.
*Giselle Serejo - Entrevista
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Vi uma entrevista exibida pela TV Cultura, onde Carlos Alberto de Nóbrega disse à Cunha Jr.(abril deste ano) que não gostava dos artistas, escritores e músicos novos porque "os caras" são deslumbrados. Não concordo em nada com o querido humorista que não teve graça alguma desta vez. Giselle Serejo e todos os novos que tenho contato são exemplos da luta, de amor à arte e de dedicação. Giselle é talentosa e cheia de fome de escrever. Deslumbra sim e, encanta a todos que assistem o amadurecimento de seus lindos frutos. A fama será uma consequencia natural. Meus cumprimentos a você por sua arte e à Ianê pela excelente escolha feita. Beijos de Andrea Lizarb.
ResponderExcluirMuito bom conhecer a poesia de Gisele Serejo!
ResponderExcluirÉ séria e ritmada, e flui solta!
Parabéns, Gisele
Beijos
Mirze
Parabéns Giselle
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