EntreGêneros: "Sou terra, por ter razões. Sou berro, se aberrações. Sou medo, porque me dou. Sou credo, se acreditou."
Assim você se auto define, de forma poética, em seu blog. Fale-nos um pouco sobre você; sobre a pessoa além de seus versos.
JB: Bem, Ianê...Primeiro quero te agradecer a oportunidade da entrevista. Muito me honra, de verdade !
Falar da gente, sem cabotinismo, é tarefa complicada, pois pelo sim ou pelo não, o espelho é o que nos PARECE ser, e por muitas vezes tem reflexo distorcido ! (rs rs)
Eu, de uma forma palmar, sou um sujeito simples, sem maiores afetações, coisa e tal, tudo dentro de um viés mediano...
Não tenho nenhuma pretensão mais ou menos acirrada sobre a vida, a não ser vive-la ao meu modo (???...rs rs), e deixar viver cada qual ao seu !
Parece-me de bom tamanho, nessas alturas de minha existência terrena, seja lá o que signifique isso...
EntreGêneros: Você tem na música sua profissão. Como é viver em nosso país como profissional de música? Fale-nos um pouco sobre esse seu lado artístico e sobre as dificuldades que enfrenta.
JB: Bem...Na verdade, eu não vivo apenas de música, não. Apesar de ser, dentro de
um universo próprio, talvez a mais importante delas (atividades...), hoje, no momento atual, se tiver que me “auto-rotular”, seria assim um “produtor multimídia”, onde abrangeria “n” correlatos, tais como produções em vídeo, áudio (em geral, e música inclusive), internet, enfim, numa “seara” de circunscrição mais vasta, além da música em si.
Contudo existe um porém aí : a PAIXÃO é por ela, indiscutivelmente ! (rs rs)
Aproveitando o gancho : as dificuldade para qualquer pessoa, brasileira, que pretenda sobreviver de sua arte, de uma forma séria e real, é sempre ungida de
grandes dificuldades e tormentos...Acredite nisso !
Se vale a pena ?...Isso já são “outros 500 cruzeiros”, ou como diríamos nós, os músicos, “outras fusas”...
EntreGêneros: Como começou seu namoro com a escrita? Quais suas leituras e autores inspiradores?
JB: Voce definiu bem ! Foi uma “paquera” ( coisa antiga isso...rs rs) , que virou um “namoro”, que virou um caso sério de amantes inveterados ! (rs rs)
Pelo que me lembro, aliás lembraram-me meus pais, que desde muito jovem, já dava lá minhas “tacadas” pelas sendas da poesia e que tais.
Na verdade, sempre gostei de “escrivinhar” , rabiscar minha coisas, assim como outros tantos da nossa espécie ( a humana...) assim o fazem !
E como sabemos, começa como comichão e acaba nos tomando como urticária,
com o perdão da comparação esdrúxula !
Quanto à “inspiração”, prefiro definir como “um vasto pomar abarrotado de frutos de todo matiz”...Dos muito bons, até os mais maduros, passando pelos extremamente verdes e pegajosos, até os “quase podres”.
Neste pomar, não há lugar, EM PRINCÍPIO ( desculpe o grito !...rs), para escolher sabores...Tem-se, a minha ótica, que se provar de todo fruto, e depois selecionar
os que, cada um a seu mote, lhe prouver !
EntreGêneros: Os sentimentos humanos são constantemente motivação e tema na escrita poética. O quanto você expõe de suas próprias emoções ao escrever?
JB: Isso dá uma exegese ! (rs rs)
Bem, em todo caso, é fácil...Procuro, de uma forma geral, “escapulir” desse “sentimentos” meus, próprios do humano, no momento que tento esboçar tais linhazinhas...
Por mais antagônico que nos pareça, eu procuro me abster delas, o mais possível, para que, de alguma forma, surja sempre algo mais próximo de um “racio-emocional”, ou seja, algo que esteja em sua minoria, vinculado ao meu “eu inferior”, meu “id”, o que ao meu ver, embota circunstancialmente de uma universalidade “saudável” à escrita, seja ela de que tipo for, prosa, poesia etc.
Particularmente, eu não acredito que, se consiga escrever “com a alma”, sem correr-se o risco de um “tropeção” no abismo de nossas autocomiserações e visões particularistas sobre os nosso próprios “universos”...
Mas, isso é uma verdade só minha, sem quaisquer alusões e/ou críticas a quem quer que seja, que pense diferente, e que escreva esparramando seu “emocional” pelo papel...
EntreGêneros: Joe Brazuca, Joe Canônico, são alguns dos nomes que você inventou para si mesmo. Prefere usar pseudônimos a seu nome real? Quantos "Joes" existem no artista e como se exprimem?
JB: (rs rs)...Então...
A resposta da pergunta acima, vem justificar, de uma certa forma, o “significado” de tantos “nick names”...rs
Realmente, tentamos criar “personagens de nós mesmos”, em nossas vidas e experimentações. Exatamente para desvincular a “persona” da “personificação” !
Contudo, no meu caso, existem explicações, que sejam :
Joe (nos dois casos...) é uma “corruptela” de João Eduardo, meu “verdadeiro” nome, mas NÃO É um nome “artístico”, que abomino tal expressão...rs. Seria apenas um “resumo facilitador”, mais identificável !
O “Brazuca” surgiu de uma “brincadeira” na internet, entre mim e o poeta/músico/multi-artista Lailton Araújo , grande amigo.E significa o que o próprio apelido quer significar : Joe, em BRASILEIRO, com muita honra !...rs
Já, o “Canônico” é sobrenome de família mesmo...Desse, nesta encarnação, não posso escapar !...rs
Os “Joes”, “são” apenas um enquanto corpo, mas infinitos vários, enquanto tentativas, acertos e erros...C’est la vie !
EntreGêneros: Em sua poesia você gosta de brincar com as palavras, tendo na criatividade sua marca registrada. A busca constante pela inovação exerce um papel importante na sua escrita? Escrever para você significa uma forma de auto-superação?
JB: Sempre, Ianê, cara poetisa !...A auto superação é, a meu ver também, o mote principal de toda e qualquer arte. Ai de quem fizer o contrário !...Daí, não será mais arte ! Será qualquer coisa, menos arte...No meu entender da “inutilidade” da arte, tudo que vem abaixo da auto superação, corre o risco da rudimentar especulação até o ridículo...
Quanto a “brincadeira” com as letrinhas, isso me fascina, tanto em mim (sem falsa modéstia...rs), quanto em tantos outros escritores que conhecemos, pois isso traz a SONORIDADE da palavra escrita, através da sua tradução falada, que por vezes, nada significam num contexto presumível, e na verdade, nem é para significar nada !...Apenas e tão somente, a MUSICALIDADE dessa mesma palavra que , por hora, perdeu o sentido crasso, para ganhar o sonoro, o lúdico, o poético...
EntreGêneros: " Todo escritor precisa de paz para sangrar", diz Fabricio Carpinejar. Esse pensamento se aplica a você?
JB: Putz !...é uma máxima do paradoxo da “criação” !...falou e disse, o Poeta
Carpinejar ! Tô com ele e não abro !...rs rs
Muito obrigado, cara Ianê, um beijo !...Espero ter satisfeito o intento !
Joe “Brazuca” Canônico
MUITO OBRIGADO, CARA IANÊ MELLO !...UM BEIJÃO !
ResponderExcluirJOE
Sensacional, Ianê. A escolha por entrevistar esse 'cabra'(rsrs) e as palavras proferidas por ele, são extremamente compatíveis.
ResponderExcluirParabéns aos dois.
Bravo, maestro.
Caro amigo Joe, você não poderia ficar de fora desse projeto...jamais.
ResponderExcluirAmei que tenha feito parte, só abrilhantou meu trabalho.
Obrigada.
Beijão. :)
Amigo Jairo, muito bom te ver por aqui.
ResponderExcluirVocê acha que poderia deixá-lo de fora?
Obrigada pela sua presença e convido-o a passear por aqui mais um pouco e ver os outros entrevistados.
Bjs, amigo.
Maravilha, Ianê!
ResponderExcluirJoe é um dos meus ídolos na poesia. E saber um pouco mais dele completou o que eu já imaginava. Um brasileiro consciente, um músico excelente, um maestro que rege sua poesia e conduz com a batuta seus seguidores.
Excelente entrevista!
Joe! Estarei sempre esperando sua próxima poesia!
Obrigada, Ianê!
Aplausos e beijos
Mirze
Obrigada, querida amiga, pela presença constante.
ResponderExcluirBeijo grande.
Muito obrigado à todos, lá do fundo do peito !
ResponderExcluiramigos e poetas queridos !